11.11.10

STARCRAFT - Retroanálise


Na década de 90 o RTS era um género em plena expansão, parecia que todos os estúdios de PC não conseguiam pensar noutra coisa, o que gerou uma concorrência feroz entre alguns destes, destacando-se a Westwood, criadora da série “Command & Conquer” e a Blizzard, que se tornou famosa pela saga Warcraft. Quando esta última anunciou uma nova franchise a antecipação era imensa e a verdade é que o resultado final foi tão popular que ainda hoje, passados 12 anos Starcraft é dos jogos de PC mais jogados diariamente, sendo considerado um desporto nacional na Coreia do Sul (não estou a brincar).
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«Cada uma das campanhas contem 10 missões apoiadas por uma história envolvente»

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O jogo é composto por 3 campanhas separadas, cada uma com a sua facção, sendo estas os humanos com uma tecnologia móvel e que pode ser reparada aqualquer instante, os Zerg, insectos gigantes que funcionam com uma mente única e os Protoss, alienígenas tecnologicamente avançados com a capacidade de criar escudos deflectores para todas as suas unidades.
Cada uma das campanhas contem 10 missões apoiadas por uma história envolvente, as várias personagens de Starcraft servem como método de nos apresentar a história do jogo, que apesar de não ser muito original sempre é fortalecida pelos seus excelentes participantes, todos eles têm fortes motivações e presenciaremos várias alianças e traições inesperadas.

Tudo isto serve de motivação extra para continuarmos a jogar a campanha, é só uma pena que os níveis desta não tenham sido o foco principal da Blizzard, digo isto porque apesar da variedade de missões e da excelente história, os mapas não são nada que não tenhamos visto antes e a dificuldade é demasiado errática, resumindo-se a missões que são demasiado fáceis ou difíceis, não quero com isto dizer que a campanha é má, na verdade é muito boa, mas tendo em conta que frequentemente Starcraft é denominado como o melhor RTS de sempre, o jogador poderá ficar algo desiludido pela campanha.
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«O ponto forte de Starcraft é sem dúvida o online, ainda hoje jogado 
por milhares de pessoas»
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Em termos de jogabilidade é conveniente dizer que Starcraft, em nada inovou, em vez disso pegou em conceitos que já existiam, juntou-os todos e melhorou-os, como por exemplo a inclusão de waypoints, de um número limitado de unidades que podemos escolher em simultâneo, ou o número limitado de unidades que podemos treinar, isto pode parecer mínimo, mas o seu valor conjunto é muito superior à soma individual das partes.

O ponto forte de Starcraft é sem dúvida o online, ainda hoje jogado por milhares de pessoas diariamente e apoiado pela Blizzard com patches e updates apesar deste jogo já caminhar para os 13 anos de idade, mais incrível ainda é o facto das 3 facções estarem em perfeito equilíbrio, simplesmente não existe nenhuma raça que seja “melhor” do que a outra, o resultado da batalha irá depender sempre da estratégia que o jogador usar.

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«Os vídeos CGI eram impressionantes na altura, mas uma década 
depois já não são o que eram»
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Graficamente starcraft decidiu utilizar o 2D numa altura em que este estava em declínio e ainda bem que o fez, pois isto permitiu que computadores mais desactualizados conseguissem correr o jogo sem problemas e melhor do que isso, impediu os visuais do jogo envelhecerem demasiado, os edifícios, os cenários e as cores eram atraentes na altura e ainda hoje o são, infelizmente não posso dizer o mesmo dos vídeos CGI, estes eram impressionantes na altura, mas uma década depois já não são o que eram.

A banda sonora do jogo é bastante variada, se nos humanos somos presenteados com música new age e até alguns solos de guitarra, já com os Zerg ou os Protoss recebemos tons musicais mais negros e ambientais, tendo assim o propósito secundário de ajudar-nos a identificar com cada um destes.

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« A campanha vai-vos durar muito tempo, e quando a acabarem podem 
sempre fazer skirmishes»
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Os efeitos sonoros são aquilo que podemos esperar de qualquer RTS, explosões, gritos e disparos que já ouvimos antes, mas o que mais se destaca é a voz das nossas unidades, a Blizzard manteve a sua velha piada em que os nossos soldados começam a fartar-se de nós se clicarmos neles demasiadas vezes, sendo a minha favorita quando um dos meus subordinados me diz “What do you want? I don't have time to F### around”

A campanha vai-vos durar muito tempo, e quando a acabarem podem sempre fazer skirmishes, em que criam um jogo contra o PC à vossa medida, podem jogar online com uma comunidade que que ainda hoje é bastante forte, ou podem usar o editor de níveis e criarem um ao vosso gosto, variedade e longevidade são as palavras do dia e Starcraft não desaponta nisso.


É Incrível ver como este jogo ainda se aguenta e o melhor que tudo é que exige tão pouco que não me admirava se corresse num Magalhães, se gostam de RTS e não jogaram Starcraft, façam um favor a vocês mesmo e joguem-no.....já.

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*Este artigo fez parte integrante da revista gratuita e digital PUSHSTART n.º2, podem ler a revista aqui ou fazer o download aqui

1 comentário:

Savyo disse...

Eu jogo Starcraft e sou viciado em Desert Operations! Criei há pouco tempo a minha conta de graça, sem baixar nada e já tô frenético! Quem tiver aliança pra indicar me avisa. Pra quem não conhece, segue o link www.desert-operations.com.br/?rid=913