3.1.11

Consolas e sistemas raros

Durante as diferentes gerações das consolas e sistemas semelhantes, tivemos diversas companhias a investir em hardware, com o objectivo de aproveitar a euforia do mercado, oferecendo alternativas ao consumidor. No entanto, houve muitos fiascos, máquinas que não conseguiram atingir os seus objectivos de produção e rapidamente desapareceram. Existem várias razões para estes acontecimentos, desde problemas de fabrico, estratégias de marketing desadequadas ou falta de suporte para a criação de software ou videojogos.

Preparados? Então divirtam-se a ler sobre alguns desses sistemas alternativos, agora parte da história, menos popular dos videojogos.
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PHILIPS CD-i

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O CD-i foi um sistema desenvolvido pela Philips, num misto de consola de videojogos e sistema interactivo com aplicações multimédia.

A plataforma conheceu diversos modelos e periféricos. Teve igualmente uma aceitação inicial razoável, mas, pouco tempo depois, a sua popularidade caiu.

Em Portugal é fácil encontrar alguns modelos, acessórios e software no mercado de usados.
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FC Twin

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O FC Twin é uma consola clone de várias plataformas prévias. O modelo na imagem é compatível com cartuchos NES e SNES.

Existem igualmente outras versões, baseadas noutras consolas de 8 e 16 bits [Mega Drive, Master System, PC-engine...]

Infelizmente, só é distribuído no mercado Norte americano.
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ATARI 5200

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O Atari 5200 foi produzido para responder a necessidade de melhorar o Atari 2600; introduzindo um novo sistema competitivo no mercado da segunda geração. Destacam-se as suas dimensões e o comando com um joystick analógico, botões de pausa, reset e start.

A consola, no entanto, não conseguiu corresponder aos objectivos planeados. Apesar de em termos técnicos, ser superior ao seu irmão mais novo, nunca teve o mesmo suporte e atenção do mercado. Os jogos foram insuficientes, a sua qualidade inferior e os controlos eram no mínimo...pouco fiáveis.
A Atari ainda lançou um módulo que tornava o sistema retro-compatível com o 2600 e outros controladores [como o Trackball].

Em 1984, a estratégia da empresa foi abandonar completamente a plataforma, para se focarem na próxima geração e no Atari 7800.
O sistema nem foi distribuído fora do mercado americano.
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NEC Turbografx16

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Um sistema quase obscuro no ocidente e especialmente na Europa. Basicamente, era a versão ocidental do Pc-Engine nipónico. Uma máquina com dois processadores de 8 bits, cujas campanhas de marketing salientavam essa característica, afirmando ser «a primeira consola de 16 bits do mundo».

Tecnicamente era uma das mais poderosas da sua época e geração, os jogos vinham numa espécie de cartão de credito [Hucards] e os controlos assemelhavam-se aos da NES . Foi também uma das primeiras consolas com um acessório para CD-Rom.
Embora imensamente popular no Japão, a consola, nunca vingou noutros mercados. Em Portugal foi distribuída pela Loto com o slogan «Este Turbo Grafx dá-me volta á cabeça». O preço de distribuição era 23.700 esc+ IVA.

Naturalmente, é extremamente raro encontrar um no mercado nacional e quando isso acontece, assume somas astronómicas.
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SNK NEO GEO AES

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O NEO GEO [AES] da SNK, era um sistema desenvolvido para o mercado caseiro, baseado no hardware das máquinas de arcade [MVS]. Os seus controlos foram baseados na disposição dos salões de jogos; curiosamente, tinham quase o mesmo tamanho da consola.

O objectivo em termos de escala e distribuição, nunca foi competir com as outras plataformas de entretenimentos do mercado, mas sim oferecer uma alternativa qualitativa aos aficionados da marca. Por essa razão, o preço tanto da consola, como dos videojogos [~$150 cada] dificilmente os tornavam acessíveis ao grande público. Os cartuchos com os jogos tinham inclusive dimensões volumosas [19cm por 14cm]. Em termos de qualidade eram reproduções perfeitas das suas versões arcades.

O seu valor actual embora seja inferior ao do seu lançamento, continua longe do modesto comprador. Em Portugal é extremamente raro encontrar uma NEO GEO [AES] completa.

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3DO

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O 3DO foi um sistema desenvolvido por Trip Hawkins [fundador da EA]. O objectivo era criar um modelo de padronização do mercado, vendendo as licenças produtivas a terceiros, para torna-lo tão comum numa casa, como um VCR, TV ou aparelhagem de som. Por essas razões, a plataforma foi representada por várias empresas [Panasonic, Goldstar, Sanyo, Creative blaster…]. Na imagem acima encontra-se uma das suas primeiras versões.

Apesar da consola possuir uma arquitectura eficiente, não alcançou os seus objectivos. Houve diversos factores, que limitaram a aceitação global do sistema. O preço, a fraca biblioteca de videojogos, a falta de apoio das 3rd party e a concorrência, acabariam por serem responsáveis pelo fracasso do projecto e das ambições de Trip Hawkins.

Na Europa e Portugal, a consola teve uma distribuição insignificativa, sendo muito difícil obter modelos versão PAL. Actualmente, o preço por unidade é acessível, mas, só recomendado a verdadeiros coleccionadores.

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COMMDORE AMIGA CD 32

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O AMIGA CD32 foi um dos primeiros sistemas de 32 bits a ser lançado na Europa. No inicio conseguiu rivalizar com outras plataformas semelhantes [Mega CD, CD-i…], assegurando uma boa posição.

Através de alguns acessórios e software era possível usar o sistema para visualizar vídeos em formato MPEG. Assim como acoplar um rato, teclado, disco rígido e drive de disketes, permitindo usar o AMIGA CD32 como um computador. Tudo isto era realizável, porque a sua arquitectura interna assemelhava-se ao AMIGA 1200.
O principal problema foi a falta de videojogos originais. Grande parte da sua biblioteca resumia-se a relançamentos dos existentes em disquetes, adicionando-lhe algumas bandas sonoras ou vídeo em FMV. Outros, simplesmente não demonstravam as capacidades possíveis do seu hardware. Pouco tempo depois, a euforia inicial caiu e a própria Commodore, com vários problemas financeiros, foi obrigada a abrir processo de falência. Consequentemente a plataforma deixou de ser suportada.

Actualmente, a consola é encarada como um objecto de culto.

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APPLE PIP PIN

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Muitos perguntam: «Porque é que a Apple, com tantos produtos no seu catálogo, não desenvolve uma espécie de iconsole?». A resposta é simples… Por causa do seu anterior fiasco chamado Pip Pin. Um sistema desenvolvido para ser licenciado por terceiros [a Bandai e a Katz Media foram as únicas empresas a adquirem licenças de produção].

Embora não fosse uma consola, era uma plataforma desenvolvida a pensar em videojogos. Tinha também alguns acessórios para melhorar o sistema base, como um modem, teclado e rato, possibilitando assim ao seu público transforma-lo num computador. No entanto, o preço, alguns defeitos de fabrico e a concorrência dos outros sistemas contemporâneos, tornaram esta plataforma pouco atractiva.

Depois deste falhanço, a Apple nunca mais se envolveu neste tipo de produções.

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*Este artigo fez parte integrante da revista gratuita e digital PUSHSTART n.º3, podem ler a revista aqui ou fazer o download aqui

2 comentários:

Odrakir disse...

Gostei do artigo. Apenas uma pequena rectificação, o PC Engine ou Turbografx 16 tinha um CPU de 8-Bit, mas conseguia fazer "frente" aos sistemas de 16-bit por ter um chipset gráfico composto por dois chips de 16-Bit.

osvelhostempos disse...

Boas, Obrigado pela notificação. O Pc-engine/Turbografx16 é uma consola em termos técnicos difícil de definir, principalmente porque existem muitos sistemas diferentes (mais de uma dezena senão me engano).

Normalmente, também aparece a constante questão se é verdadeiramente de 8 ou 16 bits, mas, seguramente pertence na quarta geração.

cumprimentos