1.10.10

Os videojogos ''infantis'' ou ''adultos'' [1/3]






A discussão envolta nas temáticas dos jogos nesta última geração tem-se acentuado. Entre muitas, uma das maiores envolve o debate entre o ‘’infantil’’ e o ‘’adulto’’. Como esta questão parece estar muito em voga, o projecto OSVELHOSTEMPOS traz-vos uma pequena viagem temporal e reflectiva, com uma tese sobre; como, onde, quando e porque apareceu esta polémica.

Atenção: Neste artigo de opinião serão ignorados factos relacionados com o hardware ou as tipologias das empresas produtoras de jogos, nas diferentes consolas e gerações.

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Caso de estudo – a Nintendo


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A Nintendo é uma das mais antigas empresas no mercado, tanto na produção de jogos como consolas. O seu legado é enorme e por isso mesmo torna-se a entidade perfeita para este pequeno estudo. Invés de debater neste pequeno artigo de opinião sobre os sucessos e erros da empresa, tentaremos ver de que forma pode a Nintendo contribuído para o debate acima mencionado. Afinal, no universo dos videojogos quando mencionado o termo “infantil’’, esta empresa é sempre referenciada. Mas, mais do que reflectir a sua conhecida história é tentar olha-la de outro ângulo.

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O “selo da censura”


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O selo da qualidade da Nintendo versão PAL e NTSC



A empresa nipónica fabrica hardware e videojogos desde 1977 [Color Tv Game], por isso a sua presença no mercado é longa. A prova-lo o facto de qualquer jogador saber identifica-la assim como os seus produtos. Conhecida é também como a sua NES [1985] e como esta, transformou ou reimergiu o mercado [norte Americano], com repercussões no nosso mercado europeu.

Nesta época o público-alvo eram as crianças, as campanhas de marketing eram dirigidas especialmente a elas, assim como o mercado. Pode-se dizer que muitos jogadores nasceram com a NES. Para proteger-se dos erros das suas congéneres anteriores, a Nintendo criou parâmetros de qualidade; qualquer entidade precisava de as cumprir caso quisessem publicar jogos naquela consola. Muitas alíneas deste controlo de qualidade, regiam-se pela ‘’verificação do nível de violência’’ ou ‘’conteúdo indicado para a jovem camada de jogadores’’. Surgia aqui o “selo de qualidade Nintendo”. Mais tarde referenciado por algumas entidades como ‘’selo da censura’’.

Com um grande share de mercado [cerca de 90%] todas as produtoras eventualmente, queriam produzir videojogos para a consola da Nintendo, mas ao mesmo tempo tinham de satisfazer os critérios do "selo". A sua importância é assim fulcral, para a nossa compreensão dos públicos e conteúdos dos videojogos.




Exemplo de jogos com o "selo de qualidade", um da Nintendo, outro da Capcom. Supostamente nenhum destes videojogos tem ''violência com conteúdo excessivo'', sendo assim indicados para um público de baixa faixa etária.



*continua na segunda parte

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