5.2.10

MOLE HUNTER - Retroanálise


Antes do domínio dos microcomputadores, muitos de nós que viveram a sua infância no princípio dos anos 80, tiveram como primeira experiência os jogos electrónicos, sendo estes normalmente associados aos célebres Game & Watch da Nintendo. O que é certo, é que houve muitas e boas companhias que produziram verdadeiras obras-primas da diversão digital portátil, mas nenhuma teve ou tem, como é sabido, o estatuto de culto alcançado pelas criações do Gunpei Yokoi, o pai dos jogos portáteis.
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RETROANÁLISE

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Uma das empresas que se dedicou também à sua produção foi a Casio, embora seja mais facilmente associada aos relógios digitais e calculadoras. Quem não teve um destes dois objectos nos anos 80? Uma vez que já dispunham da tecnologia, facilmente transpuseram pequenos jogos para os seus relógios e calculadoras, tendo também entrado em força no mercado dos jogos portáteis, entrando em competição directa com a Nintendo e criado alguns jogos que hoje fazem parte da lembrança de muitos portugueses com mais de 30 anos. Mole Hunter é um desses jogos, sendo que este não faça parte da minha memória enquanto jogador, como o seu irmão próximo o Marine Hunter, o seu conceito é em tudo similar, permitindo-me falar com algum conhecimento de causa na adaptação de Mole Hunter para o Spectrum.



Sendo o ZX Spectrum um sistema simples, decidi escolher este jogo, produzido em 2010 (sim leram bem), que não pretende mais do que recriar o jogo electrónico sem mais pretensões acrescidas no velhinho Spectrum. E o que é certo, é que o objectivo foi conseguido na perfeição. A sensação de jogo consegue ser igual à de um jogo electrónico. A sua simplicidade de movimentos, de andar para a esquerda e direita evitando cobras, aranhas ou cocos atirados por macacos, capturando as toupeiras com um simples premir do fogo, está simplesmente fiel, o que nos leva por vezes a esquecer que estamos a jogar um jogo num computador. Graficamente o jogo tem melhorias, pelo colorido incutido, as sprites de jogo delineadas apenas por um tracejado preto lembra os primórdios dos jogos do Spectrum, que se adequa à conversão, evitando assim o famigerado “colour clash” e capturando o aspecto fiel da conversão, mesmo com a melhoria da cor introduzida. A nível de som está em tudo igual aos efeitos sonoros destas máquinas, também é verdade que o som do 48k não era muito superior, mas para esta adaptação consegue ser o ideal os “beeps” estridentes produzidos pelo speaker da máquina.


O jogo não tem menu nem opções, é só premir fogo/Space e começar a jogar tentando fazer o máximo de pontos até ao limite de 999, sendo que a toupeira capturada mais próxima da jaula dá-nos um ponto e a mais longe três, sendo este o único objectivo do jogo. Alcançar uma pontuação elevada não é assim uma tarefa muito fácil.


O único senão do jogo é o mal que assola a maioria dos jogos electrónicos, a sua simplicidade que instantaneamente nos vicia, torna-se saturante a curto prazo.A nível da conversão, o único ponto “negativo” que saliento, é que ao contrário do que acontece nos jogos electrónicos, como no Marine Hunter, a dificuldade não parece aumentar significativamente com o passar dos minutos, nesta versão de Spectrum, tornando assim o desafio de jogo e a possibilidade de recordes mais elevados facilitada.


Mole Hunter merece nota positiva, uma vez que consegue ser tudo aquilo que o criador pretendia, ou seja: A versão electrónica do jogo no ZX Spectrum. A experimentar por todos os fãs destes dois sistemas.

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