14.12.09

The secret of Monkey Island - Retroanalise

THE SECRET OF MONKEY ISLAND

Da autoria de Ron Gilbert, esta verdadeira pérola das aventuras gráficas foi lançada no final de 1990 e marcou o início de uma série que ainda hoje tem continuidade com Tales of Monkey Island, onde não faltam diálogos verdadeiramente hilariantes e múltiplas referências a outros jogos da Lucasarts.


RETROANÁLISE


«O meu nome é Guybrush Threepwood e quero ser um pirata!» Assim começa uma das maiores sagas de aventuras gráficas para PC. Na ilha de Mêlée, este herói com o aspecto (provavelmente) mais “totó” (meia branca e calças até à canela?!) de toda a história dos jogos de computador (ok, rivaliza com Bernard Bernoulli de Maniac Mansion e Day of the Tentacle) apresenta-se como um jovem com a ambição desmedida de tornar-se um temido pirata nas Caraíbas, o que, como poderá parecer óbvio depois da descrição fornecida, será custoso.

Assim, Threepwood terá de passar por algumas provas para demonstrar o seu valor como aspirante a pirata, embarcando mais tarde numa viagem para salvar o objecto do seu amor das garras do fantasma LeChuck, que acaba por tornar-se o vilão principal de toda a saga. Pelo meio, Guybrush passa por peripécias e diálogos com um toque – atrevo-me a dizer – de Monty Python. Exemplo disso, é o pirata no bar, com o crachá que diz “pergunte-me pelo LOOM”, uma outra aventura gráfica em desenvolvimento pela Lucasarts, ou a utilização de uma galinha de borracha com uma roldana entre as patas (objecto já protegido por direitos de autor) para chegar a um local previamente inacessível.

Este foi o quinto jogo desenvolvido a partir do motor SCUMM (que dá o nome ao bar da ilha de Mêlée) criado por Ron Gilbert, um interface diferente daquele que vinha a ser utilizado pela Sierra, rival da Lucasarts no campo das aventuras gráficas. De realçar, para além dos já mencionados diálogos, a banda sonora, que permanece na cabeça do jogador muitos anos (eu nunca mais me esqueci).

Actualmente, a Lucasarts lançou o Secret of Monkey Island: Special Edition, dedicado aos fãs desta saga. Trata-se de uma versão do jogo original, com gráficos totalmente adaptados aos tempos de hoje e com um som de melhor qualidade, que inclui vozes, algo que não se verificava em jogos da altura. É um “presente” de valor para aqueles fãs que sempre tiveram curiosidade em saber qual o timbre de voz de personagens que não transitaram para as versões mais modernas deste jogo, como os canibais de Monkey Island.

Jogabilidade 7/10 – Ao contrário dos jogos da Sierra antigos, em que era necessário escrever cada acção que o jogador tencionava executar, o interface de Monkey Island continha todas as acções organizadas num menu sempre presente, no qual constava também a lista de objectos possuídos. Apesar de ser um elemento mais prático, tornava o jogo difícil em alturas em que era necessário clicar no timing certo.

Gráficos 9/10 – Nesta altura as aventuras gráficas seriam provavelmente os jogos que gozavam de ambientes e personagens mais detalhados e este jogo não é excepção. Podemos observar a fealdade de vários dos piratas, como se os olhássemos na primeira pessoa (mas em 16 cores, claro) e deleitarmo-nos com as praias paradisíacas de Monkey Island.

Som 8/10 – Eu até dava um 10, mas como sei que nenhuma avaliação é totalmente consensual (e atendendo à possibilidade de existirem pessoas internadas em hospitais psiquiátricos porque não conseguem tirar a música deste jogo da cabeça) fico-me pelo 8. Esta avaliação deve-se também ao facto de, apesar de se tratar de um jogo com uma música bastante original e “catchy”, os sons do jogo passarem praticamente despercebidos, com excepção talvez para o abrir e fechar de portas.

Avaliação final 8/10 – Trata-se apenas da parte inicial de uma história que ainda hoje perdura e arrecadou um número grande de fãs. O simples acto de jogar, durante 15 minutos apenas, The Secret of Monkey Island trará, com toda a certeza, umas gargalhadas valentes a um qualquer adepto de situações cómicas. Os puzzles que se apresentam têm, na sua maioria, uma resolução que roça o hilariante e não existe possibilidade de o jogador ficar preso numa altura do jogo por não ter determinado objecto que deveria ter obtido antes, ou resolver determinada situação que deveria ter resolvido antes. Por outro lado, trata-se de um jogo que é sempre concluído da mesma forma, através das mesmas soluções, o que poderá reduzir um pouco o valor de replay. Por isso, joguem-no quando tiverem saudades.


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por Pedro C.

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