26.10.09

DARK SEED - Retroanálise


Considerado como um dos jogos mais assustadores do seu tempo “Dark Seed” foi lançado numa época em que os videojogos de terror ainda estavam a dar os seus primeiros passos. No entanto e apesar de ter sido elogiado pelos críticos, “Dark Seed” sempre viveu na sombra de outros jogos de terror para PC (como o “Alone in the Dark”).

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RETROANÁLISE


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O jogo conta-nos a história de Mike Dawson, um escritor que recentemente comprou uma mansão numa pequena aldeia. Desde que ele se mudou para esta nova residência tem tido pesadelos constantes sobre alienígenas. Os problemas no entanto começam quando os sonhos começam a afectar a sua percepção da realidade, a partir deste ponto teremos de guiar Dawson numa aventura “point n’ click”. Viajamos entre dois mundos, o mundo da luz (que é o ‘nosso’) e o da sombra, onde todos os seus seres vivos são hostis e os edifícios têm uma arquitectura infernal. NOTA: é conveniente referir que os gráficos do mundo sombra foram desenhados por H.R. Giger, que foi a mente artística dos aspectos visuais de filmes cinematográficos como “Alien”, “Alien 3”, “Dune” ou “Poltergeist 2”.


Este não é um videojogo sem inovações, aliás, no género “point n´click” “Dark Seed” é um dos mais avançados. Ao contrário de outros do mesmo estilo, temos apenas 3 dias para acabar o jogo e o tempo é sempre contínuo, se demorarmos muito a fazer algo podemos estar a por em perigo o resto do videojogo. Isto obriga-nos a ter sempre um olho no relógio e nas horas, não só pelo tempo limitado que temos, mas também porque temos por vezes de nos encontrar com alguém, num local e numa hora pré-definida.


Outro aspecto importante é que não temos apenas que resolver puzzles, também de saber QUANDO é que temos de resolvê-los, pois, apanharmos um item ou finalizar um puzzle demasiado cedo ou tarde, pode deixar-nos num ponto em que seremos obrigados a reiniciar o jogo (eu próprio tenho de admitir que para esta retroanálise tive que recomeçar o jogo três vezes, até que finalmente o acabei, além do factor de que neste jogo podemos morrer de variadas formas, definitivamente este não é um jogo para iniciados).


Visualmente, apesar de alguma granulagem, estamos perante gráficos soberbos. No nosso ‘mundo’ as pessoas parecem extremamente realistas e os cenários são detalhados e coloridos sem sair do realismo pretendido. Enquanto no ‘mundo sombra’ as cores são escuras, baças, e tanto as personagens como os cenários parecem ter sido retirados directamente dos filmes “Alien”. O jogo faz também recursos a “cutscenes” muito bem trabalhadas, (aliás, esta era a razão principal pelo qual o jogo era considerado como o mais assustador do seu tempo). No entanto tendo em conta os filmes e os videojogos actuais, é provável que a maioria dos jogadores fiquem com maior vontade de rir do que gritar.


Sonoramente o jogo não tem a qualidade de (por exemplo) uma Super Nintendo, mas consegue ter actores para os diálogos e a música adapta-se perfeitamente aos dois mundos opostos.

“Dark Seed” é absolutamente brilhante, os seus gráficos, a sua atmosfera, as suas inovações eram todas do melhor que podíamos esperar de um jogo de 1992. Se são fãs de jogos ‘point n’ click’ recomendo-o vivamente, mas se são iniciados no género ou se só estão habituados a jogos com um nível de dificuldade semelhante ao “Monkey Island” então este videojogo não é para vocês.

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VIDEOJOGO


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DARKSEED


Nota: Infelizmente até no Dosbox existem alguns problemas, de vez em quando as cutscenes têm falhas ou o videojogo fica repentinamente lento, se isso acontecer primam “Alt+Enter“ para diminuir o tamanho da janela. Existem igualmente alguns problemas de velocidade no jogo, mas são mais comuns apenas no mundo da luz (fora da vossa casa quando já passa das 17:00).

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