24.11.10

Alone in the Dark - Retroanálise


Visto que o Halloween ainda nos está na memória falemos de um dos primeiros jogos de terror para PC, Alone in the Dark [1]. Porventura quando se pensa no género Survival Horror lembrarmo-nos imediatamente de Resident Evil como o jogo mais emblemático e “fundador” deste género mas, na verdade, Alone in the Dark estabeleceu os parâmetros base do género uns anos antes.

_____________________________________________________________________________
RETROANÁLISE

_____________________________________________________________________________

Existem Zombies? Sim. Existem cães-zombie? Sim… se bem que aqueles seres aos cubos deixam bastante espaço para a imaginação e interpretação de quem joga.
Os personagens aparecem como elementos tridimensionais arcaicos nos padrões de hoje em dia (e já na altura não convenciam muito) mas a sua utilização em cenários pré-renderizados foi o standard usado por este género de jogos durante bastante tempo. Claro que 4 anos mais tarde, a Capcom, com o seu Resident Evil, usou a mesma técnica com resultados bastante mais impressionantes. Personagens mais detalhados e cenários fotorrealistas.

O que Chris Redfield e restantes personagens do Resident Evil não sabem (ou só recentemente têm aprendido) é a dar murros e pontapés, coisa em que Carnby e Emily são exímios, mostrando que não é preciso armas sofisticadas para dar cabo duns zombies. Fora isso, como se vence uma criatura sem cérebro? Com cérebro! É por isso que este jogo, muito mais do que combate, nos propõe exploração e resolução de enigmas como forma de percebermos o que se passa na trama e derrotarmos inimigos que de outra maneira se apresentariam como invencíveis.
Temos dois personagens à disposição para enfrentar este pesadelo. Um é Edward Carnby um investigador privado contratado para resolver um caso de suicídio, outro é Emily Hartwood, a sobrinha do presumível suicida. Misteriosamente trancados dentro da sua Mansão os personagens terão que enfrentar as ameaças sobrenaturais que lhes farão a vida negra.

Claro está que a idade do jogo faz-se notar e, possivelmente o objectivo dos seus autores estava um pouco acima das capacidades da tecnologia da época. A velocidade do jogo era bastante baixa, os personagens altamente poligonais e o som quase inexistente… mas não é que mesmo assim o jogo metia medo? Ou melhor, acho que especialmente por isso o jogo metia muito medo!
Com 9 ou 10 anos lá estava eu sozinho à frente do computador a controlar Edward Carnby, um investigador do paranormal (que mais parecia um simples senhor de meia idade que não sabe onde se meteu). Em silêncio total (porque no meu velhinho PC nem a música do jogo funcionava) enfrentava um cão tresloucado que corria (em câmara lenta) atrás de mim enquanto aterrorizadamente esperava que o computador fizesse loading do ângulo de câmara
seguinte. Quebras na acção do jogos e a impossibilidade de ver os inimigos que estão à nossa frente simplesmente porque não entramos na área em que o ângulo de câmara muda fez com que aos poucos se fosse utilizando menos a técnica de pré-render dos cenários mas temos que lhe reconhecer o seu valor cinematográfico e contributo para os videojogos.



Alone In the Dark
da Infogrames apesar de não ser de forma alguma uma peça perfeita, foi um videojogo inovador que permitiu e inspirou o aparecimento de um novo género de jogo.

_____________________________________________________________________________



*Este artigo fez parte integrante da revista gratuita e digital PUSHSTART n.º3, podem ler a revista aqui ou fazer o download aqui

Sem comentários: