30.12.10

Dragon Ball


Quem não era viciado no Dragon Ball?Com certeza existem algumas pessoas mas são a excepção que confirma a regra pois as aventuras de Son Goku e companheiros foram uma febre nacional (e mundial) que apesar de ter acalmado, continua ainda a conquistar seguidores todos os dias.

Esta série começou por ser uma Manga (banda desenhada japonesa) criado por Akira Toriyama. Lançada em vários volumes entre 1984 e 1995, relatava a caminhada épica em busca das “Bolas do Dragão” (fetiche esquisito) … ainda por cima eram sete! Essas bolas de Cristal (chamemos-lhe esse nome para evitar situações constrangedoras) quando reunidas, permitem invocar um Dragão místico que realiza qualquer desejo, desde umas cuequinhas de menina, a ressuscitar uma pessoa ou até mesmo a população toda do mundo (tudo isto aconteceu na série).
Apesar de se encontrar facilmente este Manga em Portugal, principalmente em edições francesas, esta saga veio ao público devido à sua adaptação para Anime que, como acontece muitas vezes em produções japonesas, era praticamente simultânea ao Manga.
Tive conhecimento do Dragon Ball quando começou a ser transmitido na SIC e no inicio pensava que eu era dos poucos que ficava “colado” a ver aquilo mas passado algum tempo verifiquei que o caso já se tornava um fenómeno nacional.

Mas o que tinha afinal esta série de tão apelativo?Por um lado e puxando a brasa à nossa sardinha portuguesa, a dobragem era espectacular cheia de piadinhas relativas ao panorama nacional e as vozes em si eram bastante cómicas e criativas. Por outro lado, foi uma das primeiras séries deste género de Anime a passar na televisão portuguesa e fomos todos expostos de rajada à louca cultura japonesa em que os seus desenhos animados são completamente livres de tabus e misturam de forma tresloucada comédia, nudez e artes marciais! Sim, na primeira série, Son Goku ainda criança, andava constantemente nú sem e sem qualquer tipo vergonha pois era puro e inocente (e por assim ser era o único que conseguia ter como meio de transporte uma nuvem mágica). Por outro lado, a minha personagem preferida da série, o Tartaruga Genial, era um velho mestre de artes marciais …mas principalmente um tarado sexual.
Para mim um dos melhores momentos televisivos de sempre foi o episódio em que Bulma, a companheira de aventuras de Son Goku, uma bela moça de cabelo verde (que por vezes também aparecia menos vestida) estava na ilha do tartaruga genial e precisou de ir à casa de banho fazer as suas necessidades fisiológicas. O velho Tartaruga aproveita a oportunidade e usa uma cápsula para se tornar minúsculo e entrar disfarçadamente no WC. Com grande entusiasmo ele salta para cima da sanita e observa Bulma a desapertar as calças e, entusiasma-se cada vez mais e… escorrega para dentro da sanita saindo na tampa de esgoto fora da casa!

Fora esses “momentos hilariantes de tensão sexual”, a história girava sobretudo à volta da procura pelas bolas de cristal, os confrontos com o exército da legião vermelha (provavelmente militantes do CDU) assim como o treino e participação no grande torneio de artes marciais. Na Batalha Final do primeiro torneio, Son Goku defronta Jackie Chan! Não o verdadeiro actor mas o Tartaruga genial disfarçado. É uma batalha épica em que até a Lua é destruída! Porquê? Ora Son Goku ficava descontrolado em noites de lua cheia, transformando-se numa mistura entre Lobisomen e King Kong e a única solução encontrada pelo falso Jackie Chan foi destruir a Lua com um Kame Hame Ha.

“Kame Hame Ha” é o grito mítico que os personagens tinham que dar para conseguir lançar uma bola de energia, uma coisa um bocado semelhante ao “haduken” praticado por Ryu e Ken no Street Fighter…mas não me parece que eles conseguissem destruir a Lua. Nos dias 23 e 24 de Outubro, muito boa gente terá soltado o “Kame hame” que tem em si num concurso próprio para o efeito durante o festival Iberanime no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, mostrando que o dragão ainda tem força nas bolas (ok ok eu paro com a piadinha das bolas e do dragão!).
Ao longo dos episódios desta série conhecemos dezenas de personagens e muitas delas incrivelmente únicas e imaginativas. Krillin é inicialmente o colega e rival de Son Goku, é um rapaz estranho, careca, sem nariz e com 6 pintas na cabeça. Que eu saiba, nunca é explicado na série por que razão ele não tem nariz nem tão pouco isso é questionado, mas  vendo por esse prisma também nunca percebemos se a série se passa exactamente no planeta terra visto que tanto existem pessoas normais como animais falantes. Apesar de com o tempo ter sido ultrapassado nas artes marciais, Krillin deu-se bem na vida, cresceu-lhe cabelo e bigode e casou-se com uma bela andróide e tiveram uma filhita com um bom sistema operativo.


E o herói era, claro está, Son Goku, um miúdo muito ingénuo e arrisco a dizer, um bocado pateta até, que foi enviado para outro planeta pelos seus pais enquanto o seu planeta natal foi destruído. Onde é que já vimos algo assim? Ah, no Super Homem! Mas Son Goku é mais do que isso, é um super Guerreiro!
Mas sobre isso falaremos mais adiante… por isso não percam o próximo episódio que nós também não!

__________________________________________________________________________________________



*Este artigo fez parte integrante da revista gratuita e digital PUSHSTART n.º3, podem ler a revista aqui ou fazer o download aqui

18.12.10

Game over - Gráficos «desfocados»


Eu sou do tempo em que não havia gráficos… redondos. Tudo girava a volta de uma série de figuras, cheias de arestas e vértices.

Agora, quando pego na emulação de um videojogo, fico com a ideia: «isto realmente era muito quadrado, nem me lembrava de ser assim…». Mas, nem só de limitações técnicas dos sistemas se explica esta curiosidade, há igualmente um factor importante…as televisões antigamente não tinham boas definições, havia muito esbatimento da imagem, ou seja, um leve desfoque. Naturalmente, não existiam figuras com elevado «sharpness» no ecrã ! Mais… Grande parte eram a P/B, o que diminuía substancialmente a nossa experiência de jogador/gamer… Isto associado ao [poderoso] cabo RF; cuja capacidade qualitativa de som e imagem… era… bem, chamemos-lhe «razoável».
Alguns boatos interessantes até iam ao ponto de afirmar que o ZX 48k ou o AMIGA, caso fossem ligados aos televisores a cores, estes podiam explodir ou ficarem danificados internamente! Seria isto, verdade ou mentira? Ficarei sempre na dúvida, porque nunca me deixaram ligar o Spectrum a uma televisão fora do espectro do cinzento…

Agora, anos mais tarde [e quase um sabão], sei que os gráficos não eram só quadrados, mas também…desfocados!

__________________________________________________________________________________________



*Este artigo fez parte integrante da revista gratuita e digital PUSHSTART n.º5, podem ler a revista aqui ou fazer o download aqui

13.12.10

PUSHSTART N.º4 - Edição gratuita de Natal


Neste Natal, provavelmente cheio de peúgas, cuecas, pijamas e caixas de chocolates... chega-vos como prenda antecipada, a PUSHSTART número 4. Uma edição gratuita e digital recheada de conteúdo natalício. Recomenda-se uma leitura à lareira e com boa companhia.Como todos nos portámos bem este ano (ou não…), se nos quiserem presentear ajudem-nos a divulgar esta bela edição pelos vossos amigos.

Nesta edição:

- Sistemas ou Consolas Raras

- Comandos de Movimento: A nova batalha

- GTA revisto em 4 opiniões diferentes

- Old vs New: Pokemon

- Reviews (Wii party, Just Dance 2, Final Fantasy the 4 Heroes of Light, Captain Blood, etc.)

- Entrevista com a Coderunners -

- Audiovisual (Dragon Ball, História do 3D)

- e muito mais

____________________________________________________________________________________________
Download aqui

____________________________________________________________________________________________

10.12.10

Violência e videojogos


Em termos históricos, existem imensos exemplos de videojogos e casos  polémicos. Nos EUA são vistos normalmente como responsáveis pelo comportamento desviante de crianças e jovens na sociedade, enquanto na Europa são alvo de censuras. No entanto, devemos tentar compreender os vários pontos de vista, para a nossa melhor compreensão do fenómeno, tanto na sociedade ocidental como global.

____________________________________________________________________________________________
"Geralmente os videojogos considerados «violentos» são uma minoria na vasta biblioteca de títulos disponíveis no mercado"

____________________________________________________________________________________________

Na América, os últimos 20 anos de estudos, sobre a delinquência juvenil, realizados pelo FBI, sugerem o seu decrescimento. Alguns especialistas teorizam inclusivamente, que desde o aparecimento dos videojogos com uma componente mais violenta, a criminalidade tem conhecido recordes históricos…. No sentido descendente!

Muitos psicológicos destacam a forma como os videojogos podem incrementar as coordenações motoras, mas, muito mais importante, alguns estudos detectaram o desenvolvimento da capacidade de raciocínio. Videojogos populares com uma forte componente enigmática como; Broken Sword, Sim City ou Lego Star Wars privilegiam muitos parâmetros para além de uma simples comunicação entre o écran e membros. Outros possibilitam o entendimento da nossa herança cultural, ou pelo menos, aspectos significantes da sociedade: Civilization, Pikmin, Age of Empires... Na América e na Europa as franchising mais famosas, são relacionadas com temas desportivos [FIFA,NBA, PES,NHL…] ou corridas [GT, Need for Speed, F1…]. Enquanto alguns dos videojogos mais vendidos de sempre são The Sims, Pac-man, Myst, Super Mario, Zelda, Tetris… Em alguns destes exemplos, nem existem níveis de violência. Naqueles onde se encontra de alguma forma  presente é somente um aspecto secundário ou terciário da sua mecânica.

Geralmente os videojogos considerados «violentos» são uma minoria na vasta biblioteca de títulos disponíveis no mercado. Doom, Mortal Kombat, Carmagedon, GTA, Man Hunt… são nomes famosos e normalmente polémicos, todavia, representam um pequeno nicho. Se os videojogos são realmente um elemento influenciador na nossa sociedade, é possível que grande parte dos títulos mais populares tenham mais aspectos positivos do que negativos…

Existem igualmente outros sistemas na nossa sociedade que ajudam a compreender o fenómeno. Com uma indústria mundial, os videojogos tendem a abrangerem diferentes públicos , sendo estes de várias faixas etárias. Actualmente os produtos, contêm nas suas capas, a classificação, tanto da idade recomendada, como o género de conteúdo. Todas estas classificações são atribuidas por entidades credibilizadas no estudo dos videojogos e a sua audiência. A  Europa tem várias entidades: PEGI [UE], USK [ALE], ELSPA e BBFC [UK]. Na América são revistos pela ESRB. Enquanto no Japão pela CERO.


Atribuir culpas aos jogos, por comportamentos desviantes é uma norma comum, embora dúbia. Cabe sempre ao comprador estar atento as suas aquisições. Um martelo, lápis ou outro objecto também «mata», mas, não é essa a sua função principal. Tudo provem de uma boa educação e compreensão do nosso mundo, estes sim, são geralmente os factores culpados por comportamentos violentos.

Em Portugal, actualmente, a cultura generalista dos videojogos é [infelizmente] delicada. A própria avaliação dos videojogos realizada pela CCE-IGAC, tem-se demonstrado insuficiente. Esta entidade não tem meios para os avaliar dentro do seu médium específico. A única classificação atribuída é a idade recomendada… Por vezes até torna-se confusa; como os videojogos são classificados no espaço europeu por diversas entidades, podem existir duas ou mais classificações em cada produto. Não sendo raro os casos de discrepâncias das idades recomendadas[!]. O público português encontra-se mal informado, nem reconhece ou demonstra interesse no seu valor cultural.
Estes factores têm contribuído para a indiferença e falta de percepção do fenómeno. Neste clima social aparecem muitas vezes, estereótipos  como «todos os videojogos são violentos». No entanto, o médium tem demonstrado crescimento no nosso Pais, gerações que cresceram no meio começam a emergir. Facilitado a sua compreensão e importância.

____________________________________________________________________________________________
"Compreender os videojogos, perceber o seu significado, conteúdo e a sua faixa etária é muito mais importante do que renuncia-los."

____________________________________________________________________________________________

Numa época de maior realismo gráfico a questão da violência também aumentou; a diluição entre o ambiente virtual e as suas questões sociais estão agora mais patentes. Evoluem conceitos e  fronteiras do espaço físico para o virtual [e vice versa]. A indústria cresceu, é mais abrangente e lucrativa do que o cinema e a música.

Os videojogos fazem parte da nossa sociedade globalizada e reflectem-se as nossas necessidades e problemáticas. Naturalmente, existem uns com mais pendor no contexto violento, mas, compreendê-los, perceber o seu significado e a sua faixa etária é muito mais importante do que renuncia-los.

__________________________________________________________________________________________



*Este artigo fez parte integrante da revista gratuita e digital PUSHSTART n.º3, podem ler a revista aqui ou fazer o download aqui

7.12.10

Heretic - Retroanálise


Heretic é um jogo que ficou conhecido pelo título duvidoso de “O primeiro clone do Doom”, no entanto, isso não o impediu de ser um sucesso de vendas, criar uma sequela, uma expansão e uma continuação espiritual (Hexen). Mas, será que o jogo é apenas uma tentativa descarada de fazer dinheiro? Afinal a própria ID software, responsável pelo Wolfenstein 3D, Doom e Quake ajudou a Raven Software na criação deste jogo.
_____________________________________________________________________________________________
Retroanálise

__________________________________________________________________________________

Na sua essência, Heretic é um FPS à moda antiga, inimigos a 2D, banda sonora inspirada no Heavy Metal e hard rock, sangue, demónios, violência, e tudo aquilo que Doom nos habitou, existe até quem chame a estes jogos de “Deathmetal FPS”, no entanto, este jogo tenta quebrar (ligeiramente) a norma, afinal, isto porque usa um setting medieval, algo que ainda hoje não é comum vermos num FPS e que até pode chamar a atenção a alguns jogadores que estão mais habituados a jogar RPG's. O problema no entanto é que na sua grande maioria as diferenças de setting são meramente cosméticas.

O facto de este ser um jogo medieval cria mudanças drásticas, pois se no Doom tínhamos demónios vindos do inferno que disparam fogo, no Heretic temos demónios vindos do inferno que disparam fogo...e que voam(!).
Ironia à parte este é o maior problema do Heretic, existem demasiados parelelismos com o Doom para serem ignorados e a mudança de setting não serviu de grande atenuante. Isto porque que a forma como as armas funcionam são quase idênticas entre os dois jogos, se no Doom tens a serra eléctrica, pistola e a caçadeira; neste tens as Gauntlets, o Bastão que dispara magia e a besta respectivamente. Estas semelhanças estendem-se também para os inimigos, existem monstros que só te atacam de perto, mas, com muita resistência física, outros que preferem ficar afastados, inimigos invisíveis, salas em que a iluminação é reduzida e como tal não consegues ver quase nada, etc.

No entanto, Heretic tem uma boa inovação que o distingue dos outros FPS do seu tempo, este decide aproveitar a sua temática de fantasia para retirar alguma inspiração dos RPG's. Através do inventário onde podemos guardar itens e utilizar-los quando nos der mais jeito, temos poções que nos curam, bombas relógio, anéis de invencibilidade temporária e o meu favorito, um ovo que transforma os teus inimigos em galinhas...galinhas com sede vingança, infelizmente a utilização deste inventário é desnecessariamente complicada, as teclas não estão situadas nos melhores lugares e às vezes demoramos demasiado tempo a chegar ao Item que queremos usar.


Quanto ao grafismo não há muito para dizer, se jogaram Doom já sabem o que vos espera, um FPS em que os inimigos ainda estão em 2D e com gráficos altamente pixelizados, apesar de tudo, ver o interior dos castelos e edifícios medievais com esqueletos e manchas de sangue espalhadas por todo o lado ajudam na atmosfera e à imersividade.

Tal como disse anteriormente, este género de FPS é ocasionalmente mencionado pelos fãs como “Deathmetal FPS” e a banda sonora faz justiça à sua designação, às vezes sinto que  pessoalmente não considero as músicas particularmente memoráveis nem tão boas como as que encontramos em Doom, mas lá desempenham bem a sua função desde que escolham o hardware de som correcto (no meu caso foi o general midi).


Heretic é composto por 3 episódios, cada um com um número decente de missões e com segredos para explorar, as missões iniciais são um pouco curtas, mas, estas vão progressivamente crescendo. No entanto, sinto que já nos últimos  níveis, o tempo de que nos leva para completar-los foi inflacionado artificialmente, isto porque os níveis começam a ficar confusos e podemos perder-nos facilmente.
Heretic é sem dúvida um Doom clone em todo o sentido da sua palavra, não que isso seja mau, se vais clonar um jogo então clona jogos bons como o Doom, se gostam deste vão gostar do Heretic, o problema no entanto é que provavelmente o vosso tempo seria melhor passado a jogar o Doom de novo....ou o Quake....ou o Blood....ou Duke Nukem.

Se não gostam do Doom, o melhor que têm a fazer é evitar o Heretic.

__________________________________________________________________________________________



*Este artigo fez parte integrante da revista gratuita e digital PUSHSTART n.º3, podem ler a revista aqui ou fazer o download aqui

1.12.10

NES - Uma Breve História


A história desta consola começa em 1983 no Japão com o lançamento da Nintendo Famicom. Depois deste sucesso inicial a Nintendo ponderou a entrada no mercado internacional, sobretudo no Norte-americano. Sendo este o mais ambicionado, mas igualmente o de maior risco. Devido ao crash dos videojogos de 1983, o público estava saturado de consolas e o seu interesse era portanto limitado.
 
A Famicom lançada no Japão em 1983.

Para entrar neste mercado aparentemente fechado, a Nintendo tentou primeiro vender a licença da consola as empresas americanas. Tendo conseguido um pré-acordo com a Atari; mas, que não obteve a conclusão desejada. A empresa nipónica decidiu então mudar de estratégia. Começou por redesenhar o sistema para se assemelhar menos a uma consola. Posteriormente, mudou o nome para ''entertainment system'' [evitando assim usar a palavra videogame] e associou-se a uma distribuidora americana de brinquedos. A World of Wonders. Facilitando assim a sua entrada nas diversas cadeias de lojas.
Em 1985 deu-se assim, o inicio a comercialização da NINTENDO ENTERTAINMENT SYSTEM [NES].


O “sistema de entretenimento” seria igualmente distribuído com alguns acessórios, para se assemelhar a outros produtos. Aparecia assim, um pequeno robot chamado R.O.B e uma pistola; a Zapper. Juntamente com estes acessórios eram também englobados os jogos Super Mario Bros, Duck Hunt e Gyromite [apesar destes dependerem dos seus respectivos pack's].
Surpreendentemente, a consola em pouco menos de dois anos reviveu o mercado [considerado] defunto dos videojogos na América do Norte. Conseguindo um share perto dos 90% [!]. Mais tarde na Europa, a estratégia de distribuição foi no inicio semelhante. Todavia, seria adicionado um pack diferente, onde se incluía a consola e 3 jogos, Super Mario Bros, Tetris e Nintendo-WorldCup.

No departamento dos videojogos disponíveis para o sistema, feitos pelas empresas 3rd Party a Nintendo tentou evitar os erros dos seus antecessores.

Através de um sistema controlado, todas as produtoras interessadas, assinaram um contrato de exclusividade dos seus títulos por 2 anos e estavam limitadas a produção total de 5 jogos anuais. Para evitar a pirataria foi embutido um chip de segurança na consola denominado por “10NES”. Qualquer jogo produzido fora do licenciamento oficial da Nintendo [supostamente] não funcionaria. No entanto, isto não impedia o lançamento de bons jogos. Apareciam aqui pela primeira vez algumas franchising's populares: Mega Man, Contra, Goal, Final Fantasy, Castlevania.. . Enquanto do lado da Nintendo, outros títulos tornariam igualmente célebres, como Zelda, Super Mario, Metroid, Punch out, Kirby, Kid Icarus

Posteriormente algumas empresas encontraram forma de circundar o chip de segurança, culminando em processos jurídicos e na maioria dos casos em produtos de qualidade duvidosa [Bible adventures, Sunday Funday... ].

Um dos jogos não oficiais, destaca-se a sua cor invulgar e a ausência do selo oficial da Nintendo.

Durante os anos seguintes a consola conseguiu dominar os mercados nipónicos e americanos, tendo o seu tempo de vida útil oficialmente cerca de 2.000 jogos. Sendo o mais vendido o Super Mario bros 3. Contudo, no mercado Europeu e Sul-americano [no Brasil é conhecida por Nintendinho], a consola teve só um sucesso aceitável.

Em Portugal, foi distribuída pela Chaves Feist lda em 1991 [data oficial], maioritariamente para lojas de brinquedos e cadeias especializadas em públicos infantis. Infelizmente, uma biblioteca de títulos pequena [cerca de 70], campanhas de marketing pouco apelativas e o seu preço, contribuíram para um resultado somente "satisfatório" do sistema.
 
Club Nintendo - revista oficial da Nintendo e NES em Portugal

No entanto, a consola conseguiu vender mundialmente cerca de 62 milhões de unidades [na época um recorde], tornando na referência da quarta geração. Oficialmente o sistema só foi descontinuado em 2003, um facto verdadeiramente impressionante.

Actualmente, graças ao Virtual Console na Wii,  é possível desfrutar da sua imensa biblioteca qualitativa de jogos, a preços apelativos.

A NES foi certamente uma das plataformas mais influentes na história dos videojogos.

__________________________________________________________________________________________



*Este artigo fez parte integrante da revista gratuita e digital PUSHSTART n.º3, podem ler a revista aqui ou fazer o download aqui