Na perpétua análise ao fenómeno dos videojogos em Portugal, vimos por este meio dar-vós a conhecer um pouco mais sobre a Chaves Feist & C.ª Lda; a primeira distribuidora oficial de material Nintendo no nosso território. Embora tenhamos procurado descobrir as razões por esta opção e estratégias usadas durante a posse desta licença de distribuição, a empresa [agora denominada por Concentra SA] recusou-se a prestar declarações sobre o assunto. Os conflitos decorrentes durante a última década entre estas duas entidades ainda são demasiados recentes e existem muitos problemas por resolver. O texto seguinte é composto pelos pormenores confirmados ou em alguns casos especulados.

Em 1991, a empresa japonesa Nintendo, criou a Nintendo Europe na Alemanha com o intuito de conquistar o mercado europeu e facilitar a transição do seu material entre os diversos países. No seguimento dessa estratégia e como não detinham o capital suficiente para expandirem-se a todos os territórios deste continente, foram vendidas licenças oficiais de distribuição da marca para vários países. Uma das companhias interessadas foi a portuguesa Chaves Feist & C.ª Lda.
No território Português, esta entidade era conhecida pela sua rede de distribuição nacional de brinquedos e através do catálogo Nintendo, possivelmente, pretendiam alargar o seu mercado.
Começou então em 1991 a distribuição deste material nipónico, adicionando-lhe as traduções para a nossa língua, investindo pouco depois na criação de um "club Nintendo" e no lançamento duma linha de apoio ao cliente [número 0 500 1111]. Como a rede da empresa portuguesa estava estabelecida para lojas de brinquedos, era geralmente possível encontrar os produtos nestes locais de comércio.
Inicialmente, existiam somente dois produtos centrais, a Nintendo Entertainment System e o Game Boy. O catálogo dos seus jogos foi no principio menor e devido a um acordo assinado com a Nintendo Europe, os valores indicados de comercialização eram elevados para o consumidor português. Na mesma época a Ecofilmes começou a distribuir o material da Sega [a maior concorrente da Nintendo], com dois sistemas equivalentes [Master System II, Game Gear] e outro superior [Mega Drive]. Parte destas consolas Sega possuíam [comparativamente] maior quantidade de jogos e preços mais apelativos.
Em 1992 é introduzida oficialmente a Super Nintendo em Portugal, uma consola capaz de rivalizar com as capacidades técnicas da Mega Drive. São também criadas nesta época diversas iniciativas de marketing para angariar consumidores. No entanto, o preço do material Nintendo não sofria alterações, tendo nalguns casos aumentado, com os jogos a atingirem somas astronómicas para a realidade portuguesa. Mais tarde, em 1993, foi publicada nacionalmente a Super Powers, uma revista oficial destinada aos aficionados da marca, com diversos artigos traduzidos das suas versões internacionais e outros adicionados especificamente para a comunidade nacional.
Evidentemente, mesmo com todos estes esforços, não nos podemos esquecer que a Chaves Feist & C.ª Lda não era somente distribuidora da Nintendo, mas também, de vários outros produtos, por isso o investimento comercial não podia ser exclusivo para os videojogos. O rescaldo da terceira e quarta geração em Portugal reflecte-se nesses e outros factores supra acima mencionados. Os vencedores de vendas foram claramente os produtos Sega, com excepção para as consolas portáteis. O Game Boy tornou-se assim no símbolo mais visível da empresa nipónica em Portugal. A própria expressão "jogar Game Boy" passou a significar "jogar videojogos numa consola portátil".
(
Quase a entrar na quinta geração de consolas, a Chaves Feist & C.ª Lda, mudou de nome para Concentra Lda e a licença de distribuição Nintendo continuou com esta nova entidade até cerca de 2009. Mas, isso é outra parte da História.
Atenção, o texto aqui disposto é uma breve análise documental, evidentemente tenho mais informações sobre este pedaço da nossa história. Se alguém tiver dúvidas ou quiser saber mais, p.f.f. deixe aqui um comentário.
(Podem claramente notar no canto inferior direito o nome e logótipo da distribuidora portuguesa)
Em 1991, a empresa japonesa Nintendo, criou a Nintendo Europe na Alemanha com o intuito de conquistar o mercado europeu e facilitar a transição do seu material entre os diversos países. No seguimento dessa estratégia e como não detinham o capital suficiente para expandirem-se a todos os territórios deste continente, foram vendidas licenças oficiais de distribuição da marca para vários países. Uma das companhias interessadas foi a portuguesa Chaves Feist & C.ª Lda.
No território Português, esta entidade era conhecida pela sua rede de distribuição nacional de brinquedos e através do catálogo Nintendo, possivelmente, pretendiam alargar o seu mercado.
Começou então em 1991 a distribuição deste material nipónico, adicionando-lhe as traduções para a nossa língua, investindo pouco depois na criação de um "club Nintendo" e no lançamento duma linha de apoio ao cliente [número 0 500 1111]. Como a rede da empresa portuguesa estava estabelecida para lojas de brinquedos, era geralmente possível encontrar os produtos nestes locais de comércio.
(Revista Club Nintendo, é notável que nem adicionaram o "e" na palavra de "club", quase todos os textos eram claramente traduções das publicações internacionais com o mesmo nome)
Inicialmente, existiam somente dois produtos centrais, a Nintendo Entertainment System e o Game Boy. O catálogo dos seus jogos foi no principio menor e devido a um acordo assinado com a Nintendo Europe, os valores indicados de comercialização eram elevados para o consumidor português. Na mesma época a Ecofilmes começou a distribuir o material da Sega [a maior concorrente da Nintendo], com dois sistemas equivalentes [Master System II, Game Gear] e outro superior [Mega Drive]. Parte destas consolas Sega possuíam [comparativamente] maior quantidade de jogos e preços mais apelativos.

(Um precário Nintendo de 1994, podem claramente ver, numa época onde o ordenado mínimo rondava os 30.000$00, a compra de um só jogo custava pelo menos 1 terço desse valor)
Em 1992 é introduzida oficialmente a Super Nintendo em Portugal, uma consola capaz de rivalizar com as capacidades técnicas da Mega Drive. São também criadas nesta época diversas iniciativas de marketing para angariar consumidores. No entanto, o preço do material Nintendo não sofria alterações, tendo nalguns casos aumentado, com os jogos a atingirem somas astronómicas para a realidade portuguesa. Mais tarde, em 1993, foi publicada nacionalmente a Super Powers, uma revista oficial destinada aos aficionados da marca, com diversos artigos traduzidos das suas versões internacionais e outros adicionados especificamente para a comunidade nacional.
(Com a extinção da revista gratuita "Club Nintendo" é lançada a "Super Powers", reparem nesta revista de 1994 é analisado o Super Mario Bros 3, um jogo de 1989! Curiosamente, "Zelda - A link to the past" para a Super Nintendo aparece referenciado como "Zelda III").
Evidentemente, mesmo com todos estes esforços, não nos podemos esquecer que a Chaves Feist & C.ª Lda não era somente distribuidora da Nintendo, mas também, de vários outros produtos, por isso o investimento comercial não podia ser exclusivo para os videojogos. O rescaldo da terceira e quarta geração em Portugal reflecte-se nesses e outros factores supra acima mencionados. Os vencedores de vendas foram claramente os produtos Sega, com excepção para as consolas portáteis. O Game Boy tornou-se assim no símbolo mais visível da empresa nipónica em Portugal. A própria expressão "jogar Game Boy" passou a significar "jogar videojogos numa consola portátil".
As "super estrelas Nintendo" numa publicidade de 1995, ao lado dos logótipos dos produtos nipónicos aparece a distribuidor portuguesa).
Quase a entrar na quinta geração de consolas, a Chaves Feist & C.ª Lda, mudou de nome para Concentra Lda e a licença de distribuição Nintendo continuou com esta nova entidade até cerca de 2009. Mas, isso é outra parte da História.
Atenção, o texto aqui disposto é uma breve análise documental, evidentemente tenho mais informações sobre este pedaço da nossa história. Se alguém tiver dúvidas ou quiser saber mais, p.f.f. deixe aqui um comentário.